

Cerca de quatro em cada 10 brasileiros já foram alvo de tentativas de golpe por e-mail, telefone, mensagens ou redes sociais, sendo que 10% dessas vítimas sofreram perdas financeiras, segundo levantamento feito para o relatório semestral Global de Tendências de Fraude Omnichannel da TransUnion.
O tipo mais comum envolve links falsos enviados por SMS, WhatsApp, e-mail ou chamadas telefônicas, que levam a sites clonados ou infectam o aparelho da vítima.
As mensagens, muitas vezes, simulam ser de bancos, empresas de entrega ou órgãos públicos, e usam urgência ou promessas de prêmios para induzir cliques rápidos e sem verificação.
As fraudes se baseiam em engenharia social, manipulação psicológica que leva a vítima a fornecer dados pessoais ou clicar em links perigosos. Três modalidades se destacam:
- Phishing: feito por e-mails que imitam marcas ou instituições confiáveis.
- Smishing: golpes enviados por SMS.
- Vishing: contatos falsos por telefone, geralmente de falsas centrais de atendimento.
Essas mensagens costumam alertar sobre bloqueios urgentes, pedidos de atualização de cadastro ou oferecem prêmios. Ao clicar, o usuário é levado a sites falsos que pedem informações bancárias, senhas ou instalam programas maliciosos.
Entre os casos mais comuns estão mensagens que se passam por bancos, como Caixa ou Banco do Brasil, empresas de varejo, como Amazon, Correios, ou até convites para participar de sorteios, vagas de emprego ou recebimento de benefícios do governo.
Durante a pandemia, por exemplo, circularam links falsos sobre auxílio emergencial e vacinação.
Como se proteger de links falsos
Órgãos como a Polícia Federal, Polícia Civil e o Centro de Informática de SC (Ciasc) destacam práticas simples, mas essenciais, para evitar cair em golpes:
- Desconfie de mensagens com tom urgente ou promessas excessivas.
- Verifique o endereço do remetente e o link antes de clicar. Em computadores, passe o mouse sobre o link. Em celulares, pressione e segure.
- Cheque se o site tem “https” e se o domínio é o oficial da empresa.
- Nunca forneça códigos de verificação recebidos por SMS.
- Evite clicar em links recebidos por mensagens, mesmo que venham de contatos conhecidos. Prefira digitar o endereço no navegador.
- Baixe aplicativos apenas das lojas oficiais (Play Store e App Store).
- Use ferramentas como siteconfiavel.com.br e o Detector do Reclame Aqui para checar a segurança de links.
Ao identificar uma tentativa de golpe, as orientações são claras:
- Não clique, apague e bloqueie o remetente.
- Nunca envie dados pessoais por mensagens ou telefone.
- Ative a autenticação de dois fatores em contas importantes, como bancos e WhatsApp.
- Se clicou acidentalmente, faça uma varredura com antivírus.
- Em caso de prejuízo financeiro, contate o banco imediatamente.
- Registre boletim de ocorrência em uma delegacia ou pela Delegacia Virtual (Sinesp Devir).
- Também é possível denunciar por meio de canais como a Polícia Federal, SaferNet, Anatel, Procon e Ministério Público.
Iniciativas públicas contra golpes digitais
O Brasil conta com políticas e órgãos especializados para enfrentar crimes cibernéticos. Entre as iniciativas em andamento está o Programa de Privacidade e Segurança da Informação (PPSI), que regula as práticas de segurança nos sistemas do governo federal.
Já o Centro Integrado de Segurança Cibernética (CISC Gov.br) atua na coordenação de ações preventivas e no atendimento a incidentes digitais.
Outra medida importante é o Plano Tático de Combate a Crimes Cibernéticos, que fortalece a cooperação entre a Polícia Federal e instituições financeiras, como os bancos, para prevenir fraudes.
Complementando essas ações, materiais educativos como a Cartilha de Segurança para Internet (CERT.br) e o Guia Internet Segura, do Gov.br, estão disponíveis gratuitamente e oferecem orientações práticas sobre navegação segura para diferentes públicos.