
Polêmica com Claudia Leitte: substituição de Iemanjá por Yeshua gera críticas e reflexões sobre intolerância religiosa
Posicionamento de Pedro Tourinho e apoio de Ivete Sangalo acirram o debate
Durante uma apresentação, Claudia Leitte causou controvérsia ao substituir a frase “Saudando a rainha Iemanjá” por “Eu canto meu Rei Yeshua”, fazendo referência a Jesus em hebraico. A mudança gerou críticas, com muitos apontando a atitude da cantora como um ato de intolerância religiosa, especialmente considerando sua inserção no movimento da Axé Music, que tem fortes raízes nas religiões de matriz africana.

O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, se posicionou sobre o caso em suas redes sociais, sem citar diretamente Claudia Leitte. Em seu post, Tourinho afirmou: “Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome dos Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo”. Ele também ressaltou a importância de preservar as raízes do Axé Music e sugeriu que o episódio reflete um problema maior de reconhecimento e respeito à cultura negra.
A postagem de Tourinho recebeu apoio público, incluindo o de Ivete Sangalo, que curtiu e comentou a publicação. Contudo, após a repercussão, o secretário desativou os comentários do post, explicando que a discussão estava se desviando do foco. “Não é para alimentar ódio contra ninguém, mas para discutir a necessidade de reconhecer a história do Axé”, afirmou.
A polêmica reacendeu o debate sobre o respeito às tradições religiosas afro-brasileiras, a preservação da cultura do Axé Music e o papel dos artistas na representação dessas influências culturais.